Terapia de Vidas Passadas
Ao contrário do que muita gente pensa, a Terapia de Vidas Passadas (TVP), não surgiu dentro do meio espiritualista. Ela foi criada Em 1967 pelo Doutor em Psicologia Morris Netherton, que inclusive era Protestante, e sequer acreditava em Reencarnação.
O objetivo da TVP nunca foi “provar” a existência de vidas passadas, mas sim buscar a origem de traumas que estão profundamente guardados nas mentes dos pacientes e, desta forma, trazer os mesmos à tona e tratá-los. Não importa se a origem de tais traumas está nesta própria vida, no período intrauterino ou em uma vida anterior. É importante ressaltar que a TVP é eficiente até mesmo para tratamento de pacientes que não acreditam em Reencarnação
Dr. Morris Netherton
Com o intuito de libertar-se de um pesadelo que sempre o perturbava, no qual se via morrendo afogado em um navio, Dr. Morris buscou tratamento com um terapeuta, que então o submeteu a uma hipnose profunda no intuito de descobrir se tal pesadelo provinha de alguma recordação guardada em seu subconsciente. Porém, nesta regressão de memória, ocorreu algo totalmente inesperado: Ele recordou ter sido outra pessoa, em uma vida anterior, lembrando-se inclusive recordou-se de seu antigo nome e do nome do navio em que naufragou.
Impressionado com tais recordações, iniciou uma intensa pesquisa em vários bancos de dados marítimos americanos, até que conseguiu confirmar que tanto o seu antigo nome quanto o nome do navio eram reais. A partir de então, intensificou suas pesquisas e criou um método próprio para tratar traumas de seus pacientes, onde conduzia os mesmos a um estado alterado de consciência, no qual eram capazes de acessar informações de vidas passadas, sem a necessidade do emprego da hipnose clássica, também chamada de hipnose passiva.
Seu livro ”Past Lives Therapy” (“Terapia de Vidas Passadas”) foi o primeiro livro de regressão a vidas passadas a abordar o uso da Reencarnação como uma referência para terapia e continua sendo uma valiosa fonte de informação para aqueles envolvidos em pesquisa e prática clínica.
Em seu livro “Strangers in the land of confusion” ( "Estranhos na terra da confusão"), ele apresenta casos convincentes de seu extenso arquivo de mais de 40.000 sessões
"Por 45 anos, eu processei mais de quarenta mil sessões em que as pessoas levantaram os limites de suas mentes e mudaram suas vidas. Muitos procuraram a terapia para curar a dor física e emocional e, de fato, libertaram-se de vícios, fobias e problemas físicos. Muitos outros, entretanto, expandiram suas vidas explorando os limites distantes da evolução de sua alma. Eles descobriram existências anteriores em que eventos e situações continuam a criar a estrutura de suas vidas hoje. Eles aprenderam que a evolução espiritual determina quem eles são desde a célula até a alma. A exploração desse processo evolutivo é o que eu chamo de “Terapia da Vidas Passadas”.
Rever milhares de sessões ao longo dos anos revelou drogas, política, materialismo e o tratamento irresponsável das crianças como algumas das fontes de confusão que são endêmicas na vida de todos nós. Decidi escrever este livro quando ficou evidente que a fonte final de confusão é a crescente distorção das crenças e práticas espirituais. Deus e a religião são usados como desculpas para políticas de governo corrosivas, editos de condenação da igreja e comportamento pessoal destrutivo ".
Dr. Brian Weiss
Dr. Brian Weiss é um psiquiatra, hipnoterapeuta e autor americano. Formado pela Universidade de Yale, foi professor de medicina em várias faculdades americanas. Sua pesquisa inclui reencarnação, regressão a vidas passadas e sobrevivência da alma humana após a morte.
Após 18 meses tratando de uma paciente chamada Catherine através das terapias tradicionais, percebeu que nenhum medicamento ou técnica estava fazendo efeito. Então começou a utilizar a hipnose em uma das sessões. Para seu total espanto, sua paciente começou a recordar-se de todos os detalhes de uma vida anterior e de traumas sofridos na mesma. Dr. Weiss declarou: “Nada em meu passado me preparara para aquilo. Fiquei totalmente surpreso quando tais coisas aconteceram”. Ele não acreditava na reencarnação na época, mas, depois de confirmar elementos das histórias de Catherine através de registros públicos, chegou a se convencer da sobrevivência de um elemento da personalidade humana após a morte. Após algumas sessões de regressão, a paciente estava totalmente curada de seus traumas!
Weiss levou 4 anos para reunir coragem e assumir o risco profissional de escrever o que aconteceu, mesmo com toda a seriedade e a documentação técnica de seu trabalho, devido à resistência existente com relação à ideia da Reencarnação. Segundo ele mesmo, “Em toda a história a humanidade tem resistido às mudanças e à aceitação de novas ideias”. Não poderia ser diferente com relação a uma verdade que tem o poder de abalar as bases das principais religiões ocidentais. Ele cita ainda o exemplo do grande gênio Galileu Galilei, que descobriu as luas de Júpiter, e os astrônomos da época se recusavam a aceitar, e até mesmo a olhar esses satélites, porque a existência deles era incompatível com suas crenças.
Dr. Weiss descreve em detalhes a história de Catherine em seu livro “Many Lives, Many Masters” (“Muitas vidas, muitos mestres”).
Comprovando que as lembranças de outras vidas não provém da imaginação
Sem ter como refutar o trabalho dos renomados doutores, apresentados acima, muitos críticos da Reencarnação afirmam, de forma bastante simplista, que tais “recordações” de vidas passadas seriam apenas “fruto da imaginação”, criado pelas mentes das pessoas submetidas à regressão.
Porém, se assim fosse, como explicar o fato de que tais recordações foram posteriormente confirmadas através de pesquisas que comprovaram sua existência real?
Uma pesquisa científica, realizada pelo psicólogo e neurocientista Júlio Peres, do Instituto de Terapia Regressiva Vivencial Peres, em parceria com a Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, demonstrou cientificamente que pessoas submetidas à regressão não estão ativando a região cerebral responsável pela imaginação, mas sim a da memória!
Nos últimos anos, pesquisadores rastrearam nossa memória até os níveis estrutural e molecular e descobriram que as memórias são armazenadas ao longo de estruturas cerebrais em muitas conexões entre os neurônios.
Esse armazenamento pode ocorrer de duas formas: Memórias de curto prazo são processadas na parte frontal do cérebro em uma região altamente desenvolvida, chamada lóbulo pré-frontal. À medida que o tempo passa, a memória de curto prazo é convertida em memória de longo prazo no hipocampo, uma área mais profunda do cérebro. O hipocampo ajuda a solidificar o padrão de conexões que formam uma memória.
A equipe do Dr. Peres, utilizando aparelhos de tomografia computadorizada, realizou um mapeamento cerebral de alguns de seus pacientes durante as sessões de regressão. Os resultados foram totalmente conclusivos: A área do cérebro ativada quando o paciente se recorda de uma experiência ocorrida, tanto nesta própria vida, quanto em uma vida passada, é a da memória, ou seja, as regiões do lóbulo médio temporal e as do lobulo pré-frontal esquerdo, que respondem pela memória e pela emoção.
A figura acima mostra duas imagens da área de memória de um paciente. A imagem da esquerda mostra a área da memória com o paciente em estado normal, enquanto que a da direita mostra a imagem da área de memória com o paciente durante o estado de regressão. Isto significa que o paciente, durante a regressão, está acessando recordações, lembranças de fatos reais, e não imaginando os mesmos.
Por outro lado, a região cerebral responsável pela imaginação, ou seja, os circuitos neurológicos que estão relacionados à fantasia, durante a regressão não entram em atividade.
“As vias neurofisiológicas utilizadas para o resgate de memórias traumáticas da vida atual foram também utilizadas para o resgate de situações traumáticas de vidas passadas. As estruturas relacionadas à fantasia, aos cirtuitos neurofisiológicos que estão relacionados à fantasia são outras estruturas, outros circuitos.” (Dr. Peres).
O resultado destas pesquisas demonstra que as recordações daqueles submetidos à regressão de memória são reais, e não simplesmente fruto da imaginação.
Os trabalhos desenvolvidos pelo Dr. Morris Netherton, Dr. Brian Weiss e Dr. Julio Peres demonstram que a Reencarnação é independente de “crença” ou “religião”. Não se trata de um “dogma”, mas sim uma verdade natural que cada vez mais vem sendo revelada pela ciência, através de pesquisadores idôneos e renomados como os citados neste capítulo.