Transcomunicação Instrumental (TCI)
A transcomunicação instrumental (TCI) é um campo de pesquisa que estuda a possibilidade de comunicação entre os vivos e as pessoas que já morreram, através de aparelhos eletrônicos. O termo “Transcomunicação”, criado pelo pesquisador alemão Ernst Senkowski, originou-se da combinação da palavra “transcendental” e “comunicação”. Os aparelhos eletrônicos utilizados na TCI são, em sua maioria, aparelhos comuns, tais como gravadores (de fita cassete ou digitais), rádio, televisão, telefone fixo ou telefone celular. Ao longo dos anos, outros aparelhos e instrumentos foram construídos por pesquisadores para a obtenção de resultados mais precisos.
Através destes aparelhos podem ser obtidos registros de áudio, vídeo, imagens e textos, provenientes do plano espiritual. Dentre os várias tipos de modalidades no campo da TCI, o mais popular é o “Fênomeno das vozes eletrônicas” (FVE), que é a captação de vozes em arquivos de áudio, talvez devido à maior facilidade em sua captação.
Embora não seja ainda reconhecida pela ciência, várias celebridades do mundo científico tiveram experiências com a TCI, dentre eles figuram Thomas Alva Edison, Guglielmo Marconi e Nikola Tesla. Atualmente encontramos no mundo milhares de pesquisadores que praticam a TCI obtendo mensagens provenientes do Plano espiritual. Abaixo abordaremos os trabalhos dos pesquisadores mais renomados nesta área.
Agostino Gemelli e Pelegrino Ernetti
A experiência dos padres Agostino Gemelli e Pelegrino Ernetti é relatada no livro “Linha Direta do além”, de François Brune e Remy Chauvine
“Parece, de fato, que o primeiro caso de voz gravada, e identificada como proveniente do além, tenha acontecido em Milão, no laboratório de física experimental da Universidade Católica. Ali, dois bons padres estavam realizando experiências: o padre Agostino Gemelli, físico de renome, fundador daquela universidade, e então presidente da Academia Pontifícia, e o padre Pellegrino Emetti, beneditino, físico também, especialista em música pré-polifônica.
Eles tentavam filtrar cantos gregorianos para eliminar os harmônicos. Ainda não havia gravadores com fitas, mas apenas com fio. Este fio se rompia com frequência, e então era necessário dar-lhe um nó, tão fino quanto possível, para não prejudicar a escuta, mas suficientemente sólido.
Naquele dia, 17 de setembro de 1952, o fio acabara de se romper, mais uma vez, e o padre Gemelli havia exclamado: “Oh, papai, me ajude!”, como tinha o hábito de dizer há muitos anos, desde a morte de seu pai. Uma vez feito o conserto, os dois padres começaram a escutar novamente a fita, ou melhor, o fio. Mas, ao invés do canto gregoriano esperado, ouviram, estupefatos, a voz de seu pai: “Claro que o ajudo, estou sempre com você!” Padre Emetti, que me contou a história, disse-me que, naquele exato momento, padre Gemelli teve um enorme choque.
Mas padre Emetti estimulou-o a prosseguir e fazer uma nova tentativa. Obtiveram, então, a mesma voz, perfeitamente reconhecível, que dizia em tom levemente irônico: “Mas claro, bobão (zuccone ), você não está vendo que sou eu mesmo? ” Zuccone é um tipo de abóbora grande, e era o termo afetuoso que seu pai, enquanto estava vivo, empregava sempre que se dirigia a ele.
O acontecimento pareceu-lhes bastante importante, e logo decidiram levá-lo ao conhecimento do papa Pio XII. O bom padre Gemelli estava tão confuso por ter que narrar semelhante história que, ao entrar no gabinete do papa, pediu ao padre Emetti que fizesse ele mesmo o relato.
Pio XII tranquilizou padre Gemelli: - Meu caro Padre, fique tranquilo. Trata-se de um fato estritamente científico e nada tem a ver com o Espiritismo. O gravador é um aparelho objetivo que não pode ser sugestionado: ele capta e registra as vibrações sonoras de onde quer que venham.
Esta experiência poderá, talvez, marcar o início de um novo estudo científico que virá a confirmar a fé no além. Estou convencido da autenticidade do texto que acabo de citar, pois foi o próprio padre Emetti que, após contar-me em detalhes a história, fez chegar a mim o número da revista Astra, onde o mesmo aparece.”
A fase moderna do TCI começou com Friedrich Jürgenson (1903-1987). Ele nasceu em Odessa, Ucrânia. Depois de viver a Primeira Guerra Mundial e a Revolução Russa, quando criança, Jürgenson treinou como pintor na Academia de Arte e como cantor e músico no Conservatório de Odessa.
Em 12 de junho de 1959, Jürgenson e sua esposa Mônica foram visitar sua casa de campo para desfrutar do verão. Jürgenson trouxe seu gravador para gravar o canto de pássaros selvagens. Ouvindo a fita, ele ouviu um barulho, vibrando como uma tempestade, onde você só podia ouvir remotamente o chilrear dos pássaros, especialmente o tentilhão.
"Meu primeiro pensamento foi que talvez alguns dos tubos tivessem sido danificados. Apesar disso, liguei a máquina novamente e deixei a fita rolar. Mais uma vez ouvi este ruído peculiar e o piar distante. Então eu ouvi um solo de trompete, uma espécie de sinal de atenção. Atordoado, continuei a ouvir quando de repente a voz de um homem começou a falar em norueguês. Mesmo que a voz fosse muito baixa, eu podia ouvir e entender claramente as palavras. O homem falou sobre "vozes noturnas de pássaros" e eu percebi uma fileira de sons de tubulação, salpicos e chocalhos. De repente, o coro de pássaros e o ruído vibratório pararam. No momento seguinte o piar de um tentilhão foi ouvido - a máquina funcionava perfeitamente! ".
Jürgenson continuou a investigar esses fenômenos e, a princípio, ele pensou que eram seus "amigos do espaço", mas logo começou a acreditar que essas vozes eram "do outro lado" ou as "Vozes dos Mortos" . Estava perto de resolver um dos mistérios fundamentais da morte? Neste momento, Jürgenson experimentou um evento notável que mudaria sua vida:
"Eu estava lá fora com um gravador, gravando cantos de pássaros quando, de repente, escuto através da fita uma voz dizendo "Friedel, você pode me ouvir. É mamãe ... " Era a voz de minha mãe morta. Friedel era seu apelido especial para mim."
A partir de então, Jürgenson abandonou a pintura para dedicar-se às suas gravações de áudio e em 1964 publicou o livro "Voices From Space" (“Vozes do espaço”).
Constantin Raudive
Constantin Raudive (1909 - 1974) nasceu em Latgale, no leste da Letônia. No exílio após a reconquista soviética da Letónia na Segunda Guerra Mundial, lecionou na Universidade de Uppsala, na Suécia.
Raudive estudou parapsicologia toda a sua vida, e estava especialmente interessado na possibilidade da vida após a morte. Ele trabalhou com Friedrich Jürgenson e passou grande parte dos últimos dez anos de sua vida explorando o Fenômeno das Vozes Eletrônicas (FVE).
Em 1964, no momento de uma gravação, ele teve que sair da sala. Quando retornou, rebobinou a fita para descobrir onde tinha parado. Foi então que, depois de ouvir a gravação de suas últimas palavras, teve uma grande surpresa ao ouvir, na gravação, a voz de sua falecida mãe, que o chamava por seu apelido: "Kosti, Kosti!".
Com a ajuda de vários especialistas em eletrônica, ele gravou mais de 100.000 fitas de áudio, a maioria das quais foram feitas sob o que ele descreveu como "condições rigorosas de laboratório.
Sônia Rinaldi
Sonia Rinaldi é uma das principais pesquisadoras brasileiras em TCI e fundadora da Ação Nacional de Transcomunicadores (ANT). Quando começou a fazer experimentos em 1988, Sonia utilizava um gravador comum e um rádio de ondas curtas. A primeira coisa que ouviu foi seu nome. Hoje, relata conversar com parentes e amigos que já se foram. O gravador foi substituído por um computador equipado com um software feito especialmente para gravar os sons.
“Temos registros e documentação completa de cerca de 300 telefonemas para o "outro lado", devidamente testemunhados por cerca de 260 pessoas que participaram das experiências. O nosso índice de reconhecimento da voz do falecido é de 83%, ou seja, altíssimo. Em outras palavras, foram centenas de pais que perderam seus filhos e puderam reconhecer a voz deles em dezenas de gravações.” (Sonia Rinaldi).
Sônia já escreveu 7 livros sobre o assunto. Seu livro mais recente, "Gravando Vozes do Além", apresenta dezenas de casos documentados além de trazer um CD com 62 gravações.
Um caso documentado de transcomunicação
Um caso totalmente documentado de transcomunicação ocorreu no Brasil no ano de 1999. Na data de 10 de Setembro de 1999, às 21 horas e 36 minutos, a psicóloga paulistana Zilda Monteiro recebeu uma mensagem de voz na caixa postal de seu celular. A voz dizia de forma sussurrada “Eu te amo... avisei”. A princípio Zilda não entendeu a mensagem, até pensou em apaga-la, mas então lembrou-se de uma conversa que havia tido com seu ex-marido Edson, menos de um mês antes, quando o mesmo estava internado em um hospital, devido a problemas cardíacos.
Na conversa, Zilda pediu-lhe que ligasse assim que saísse do hospital, ao que ele respondeu, meio que em tom de brincadeira: “Se eu não ligar daqui, ligo de lá”. Edson estava querendo dizer que ligaria do Plano espiritual, caso morresse. Ainda no período em que era casado com Zilda, seu ex-esposo havia feito diversas experiências em transcomunicação, vindo a realizar diversas gravações na época ainda em ficas “cassete”. Edson ficou 39 dias internado e seu quadro clínico piorou, vindo a falecer em 16 de Agosto de 1999.
Zilda então mostrou a mensagem para a mãe e a tia de Edson, que imediatamente reconheceram sua voz. O áudio da mensagem foi enviado para a pesquisadora Sonia Rinaldi, a qual o repassou ao engenheiro Alessandro Pecci para que o mesmo o analisasse e expedisse um laudo. O objetivo era fazer uma análise de verificação de locutor utilizando a voz registrada na caixa postal do celular e compara-la com a voz do Edson quando ainda vivo, registrada nas fitas cassetes dos experimentos que ele realizava de transcomunicação. Como resultado final, o perito concluiu que a voz gravada na mensagem em áudio era totalmente compatível com a voz do Edson.
O futuro da TCI
Embora a enorme quantidade de evidências materiais, a TCI ainda está muito longe de ser aceita oficialmente pela ciência. Existem vários procedimentos a serem realizados antes que isso ocorra.
O primeiro passo seria a construção de um laboratório sofisticado para a captação e gravação das mensagens, com uma blindagem especial para garantir que as mesmas não venham a sofrer qualquer tipo de interferência externa, podendo assim ser realmente constatado de que são provenientes de uma fonte desconhecida.
Em seguida o estudo precisaria ser publicado em uma revista científica de renome para que pudesse ser analisado pela comunidade científica internacional. A grande barreira atualmente é a falta de verbas para pesquisa, uma vez que o processo todo exigiria milhões de dólares em investimentos, não somente em equipamentos sofisticados mas também em uma grande equipe de pesquisadores.
Não tenho dúvida de que um dia chegaremos a esta realidade. De qualquer forma, a TCI já representa, hoje, mais uma evidência contundente da continuidade da vida após a morte.