Verdades que Jesus não pôde dizer - O consolador prometido
“Eu ainda tenho muitas verdades que desejo vos dizer, mas seria demais para o vosso entendimento neste momento. No entanto, quando o Espírito da verdade vier, Ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos revelará tudo o que está por vir.” (João 16:12,13)
O sentido do trecho acima é bem claro: Jesus não pôde revelar todas as verdades que desejaria ter revelado! E explica que “tais verdades seriam demais para o entendimento” do povo da época. Este trecho bíblico deixa bastante claro então que Jesus não pôde revelar muitas coisas, pois seria impossível o “entendimento” quando ainda não existia o “conhecimento”, ou seja, não havia ainda nenhum desenvolvimento científico à época de Jesus que permitisse a assimilação de tais verdades. Então, quais verdades seriam estas que dependiam de um avanço intelectual e tecnológico para que fossem reveladas?
As “verdades” que Jesus não poderia revelar dependiam do surgimento da Ciência, porque diziam respeito a coisas que, aos nossos olhos, são invisíveis! A ciência moderna, que viria trazer o embasamento necessário ao entendimento de tais “Verdades”, começou a se desenvolver na Europa apenas no século XVI. Com o surgimento da ciência, o ser humano começou a compreender não apenas a origem e estrutura de todo o universo, das estrelas e galáxias, como também as partículas mais minúsculas da matéria, as células, moléculas, os átomos , elétrons e subdivisões ainda menores.
Ela desvendou a existência de forças invisíveis tais como a eletricidade e o eletromagnetismo. Coisas a respeito das quais há dois mil anos não se tinha a menor ideia. E estes novos conhecimentos vieram a preparar o entendimento humano para o início do estudo e da compreensão da existência de uma dimensão extrafísica, a dimensão do Espírito! Da visão de que tudo no universo é energia, inclusive a própria matéria, que nada mais é do que energia em um estado condensado.
Este conjunto de conhecimentos preparou o caminho para as verdades que Jesus não pôde dizer. Assim então surgiu o Espiritismo, Doutrina codificada por Allan Kardec, exatamente neste período em que o mundo começava a desenvolver o conhecimento científico e, portanto, já tinha condições de começar a entender verdades que anteriormente, sem este conhecimento, jamais compreenderia.
Através do Espiritismo, que é ao mesmo tempo uma ciência, uma filosofia e uma religião, podemos ter acesso a explicações técnicas e detalhadas a respeito da continuidade da vida após a morte e de todo o processo da Reencarnação, que já era uma crença existente desde a antiguidade, mas carecia de conhecimentos mais detalhados que somente o Espiritismo viria trazer. Todas estas informações não seriam possíveis de serem transmitidas à época de Jesus.
Obviamente os Cristãos tradicionais não aceitam o Espiritismo como sendo o “Consolador prometido”, devido a toda uma cultura religiosa que foi criada no Ocidente com o surgimento da Igreja e a manutenção de seu poder político-religioso, baseada em dogmas que não podem ser questionados.
Então analisemos: Nos últimos dois milênios, o Cristianismo desmembrou-se em inúmeras ramificações diferentes: Igreja Ortodoxa, Igreja Católica Romana; Igreja Protestante e dentro desta as mais diversas derivações tais como Luteranos, Calvinistas, Anglicanos, Batistas, Metodistas, Adventistas, Testemunhas de Jeová, Igreja Presbiteriana e tantas outras ramificações.
Porém, qual destas religiões, ou qualquer outra religião no mundo, nestes últimos dois mil anos, trouxe alguma nova “verdade” ou revelação que claramente não poderia ser compreendida à época de Jesus?
Todas estas ramificações têm na Bíblia o embasamento de suas doutrinas, porém não encontramos, em nenhuma delas, nenhuma grande revelação que, para ser compreendida, dependeria de um avanço científico, como acontece com o Espiritismo. Nenhuma delas revelou verdades que Jesus não poderia ter dito devido à “falta de entendimento” do povo da época, como mencionado no trecho bíblico.
E realmente, constatamos que o Espiritismo é, assim como Kardec afirmou, a única doutrina conhecida na humanidade que tem um duplo caráter de uma revelação: o caráter divino e o caráter científico, como podemos encontrar em um dos livros da codificação espírita (“A Gênese”, capítulo I: Caráter da Revelação Espírita, item 13):
“Por sua natureza, a revelação espírita tem duplo caráter: participa ao mesmo tempo da revelação divina e da revelação científica. Participa da revelação divina, porque foi providencial o seu aparecimento e não o resultado da iniciativa, nem de um desígnio premeditado do homem; porque os pontos fundamentais da Doutrina provêm do ensino que deram os Espíritos encarregados por Deus de esclarecer os homens acerca de coisas que eles ignoravam, que não podiam aprender por si mesmos e que lhes importa conhecer, hoje os homens estão aptos a compreendê-las.
Participa da revelação científica, por não ser esse ensino privilégio de indivíduo algum, mas sim ministrado a todos do mesmo modo; por não serem os que o transmitem e os que o recebem seres passivos, dispensados do trabalho da observação e da pesquisa, por não renunciarem ao raciocínio e ao livre- -arbítrio; porque não lhes é interdito o exame, mas, ao contrário, recomendado; enfim, porque a Doutrina não foi ditada completa, nem imposta à crença cega, porque é deduzida, pelo trabalho do homem, da observação dos fatos que os Espíritos lhe põem sob os olhos e das instruções que lhe dão, instruções que o homem estuda, comenta, compara, a fim de tirar ele próprio as ilações e aplicações.
Numa palavra, o que caracteriza a revelação espírita é o ser divina a sua origem e da iniciativa dos Espíritos, sendo a sua elaboração fruto do trabalho do homem”
Voltando às palavras de Jesus:
“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece... esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito. ” (João, XIV: 15 a 17 e 26)
No trecho acima, Jesus disse que enviaria outro “Consolador” que o mundo não pode receber porque “não o vê”. Ou seja, se o mundo não pode vê-lo é porque ele é invisível aos olhos materiais. E este consolador “ensinaria todas as coisas” e “nos lembraria de tudo o que ele havia dito” . Ora, se ainda havia “coisas a ensinar” é porque Jesus não pôde ensinar tudo.
“Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais? (João 3, 12)
Mesmo nos dias de hoje, com toda a tecnologia e informação disponíveis ao acesso de todos, percebemos como ainda há pessoas que resistem em desapegarem-se de dogmas tão antigos e “verdades absolutas” tão incoerentes e cheias de contradições. Quantos ainda insistem em duvidar que o homem realmente foi à Lua! Imaginemos então há dois mil anos, o quanto ainda estava despreparado o ser humano para receber tais revelações.
Desta forma, o Espiritismo pode ser chamado justamente de “O consolador”, pois trouxe respostas para questões que até então as Doutrinas tradicionais não conseguiam apresentar uma explicação lógica, ao mesmo tempo em que relembra todos os ensinamentos de Jesus, reforçando-os com a luz da ciência e da razão. Estes ensinamentos nos consolam, pois nos dão a certeza de que a vida continua, de que nosso espírito é imortal, e não estamos sujeitos à Ira de um Deus impiedoso, mas sim sob a tutela de uma Inteligência universal infinitamente sábia, justa e misericordiosa!